Quero garantir o futuro dos meus filhos: em que investir?
Fonte da Imagem: Freepik
Essa é a dúvida de muitos pais e mães ao planejarem a “Poupança” de seus filhos, seja para custear os estudos numa Universidade, seja para um intercâmbio, ou mesmo para a concretização de um sonho material, como dar um carro para o(a) filho (a) ao completar os 18 anos, ou ainda, garantir a entrada no financiamento de um imóvel. Conseguir fazer aportes periódicos visando um determinado montante no longo prazo requer disciplina, planejamento e ainda, estratégica na escolha dos investimentos.
Em todo o processo para a
montagem da carteira de investimentos da criança há variáveis que precisam ser definidas,
como: quem será o titular da conta bancária, os pais ou a criança; prazo;
montante necessário para o objetivo futuro; quanto devem ser os aportes para
atingir o montante desejado na data futura.
Abrir a conta bancária no nome
do pai ou da mãe pode ser uma opção mais fácil de se administrar, já que
concentra os ativos no nome de um mesmo titular, além de se evitar custos
adicionais com tarifas de conta bancária. Porém, se caso o titular da conta (pai
ou mãe) venha a falecer (algo que ninguém gosta de imaginar, mas pensar de
forma pragmática leva a decisões mais inteligentes), os custos e a burocracia
para se transferir a titularidade da conta para o(a) filho(a) podem trazer
muito mais dor de cabeça.
Por isso, apesar de mais trabalhoso
inicialmente, o mais recomendável é abrir a conta bancária em nome da criança.
Para tal, será necessário providenciar a emissão de documentos como R.G. (Registro
Geral) e CPF (Cadastro de Pessoa Física) da criança.
Além da conta bancária em nome
da criança, é interessante também abrir uma conta com mesma titularidade numa
corretora de valores, onde é possível de se conseguir investimentos mais
rentáveis que os oferecidos pelos grandes bancos comerciais. Além disso, a maioria
dessas corretoras não cobram tarifas de manutenção de conta, o que viabiliza
ter acesso a melhores investimentos sem custos adicionais.
Qual montante
poupar, e quanto deve ser os aportes periódicos?
O montante a se poupar dependerá
do objetivo a se atingir, se é o custeio de uma graduação na Universidade, se é
para a compra de um carro, ou se para pagar um intercâmbio. Ou seja, dependerá
do que se pretende realizar para se definir o montante a se obter.
Em relação aos aportes periódicos,
o ideal é que sejam mensais, até para que se estabelece o comprometimento com a
meta. Já o valor desses aportes depende muito do montante que se quer juntar, o
prazo para se atingir o valor desejado e principalmente, da rentabilidade dos
investimentos feitos. Não é uma matemática simples, pois diversas variáveis
envolvidas nesse cálculo se modificam ao longo do tempo, modificando, assim, o
resultado final. A dica nesse caso então seria: faça aportes mensais que não comprometam
o seu orçamento. Mas tenha a disciplina e comprometimento de efetuar todos os
meses esses aportes.
Como investir?
Tendo o prazo como uma das variáveis
a se considerar na hora de se investir, deve-se levar em conta também o Perfil de
Investidor de cada um, se Conservador, Moderado ou Arrojado (nesse caso,
obviamente, trata-se do perfil de risco dos pais, já que o da criança só será definido
no futuro). Pois não adianta uma pessoa de perfil conservador querer aumentar a
rentabilidade de seus investimentos aplicando boa parte do capital em ações, e
depois padecer de ansiedade devido às oscilações da Bolsa de Valores. A nossa
paz vale mais que qualquer dinheiro, portanto, conheça a si mesmo (já dizia
Sócrates, na Grécia Antiga) e respeite o seu perfil de risco.
Como mencionei acima, a escolha dos investimentos deve respeitar o prazo, o objetivo e o perfil de risco dos pais, portanto, não se trata de uma decisão simplista e não há uma fórmula geral a se seguir. A conjuntura econômica muda, as condições dos pais mudam ao longo do caminho e tudo isso afeta na decisão dos investimentos de forma temporal, respeitando a situação do momento.
Mas há algumas classes de
investimentos que são adequadas para o futuro do seu (sua) filho (a). São elas:
Tesouro IPCA
O Tesouro IPCA é um título público de longo prazo, de baixo risco, de rentabilidade mista, ou seja, possui uma parte prefixada e uma parte pós-fixada. Exemplo: o Tesouro IPCA 2035 está rendendo hoje na data deste post:
RentabilidadeTesouro IPCA 2035: (IPCA + 3,4%) a.a.
Parte prefixada: 3,4%;
Parte Pós-fixada: IPCA (é
definido conforme oscilam os preços na Economia)
Portanto, para um investimento
ser viável, ele deve ter ganho real de juros, ou seja, render juros acima da
Inflação, a fim de proteger o seu poder de compra, e o Tesouro IPCA possui essa
vantagem, de proteger o investidor do poder corrosivo da Inflação.
Tesouro Selic
Mas em momentos da Economia em
que Taxa Selic > Inflação, o Tesouro Selic pode se tornar um investimento atrativo.
Ações
É possível aumentar a
rentabilidade da carteira combinando títulos públicos com ações, desde que se
faça uma gestão ativa dos investimentos. Isso porque a antiga estratégia de compor
a carteira com Blue Chips (ações de grandes empresas, consideradas de primeira
linha, bem consolidadas no mercado), esquecer que tem essas ações na carteira
e, mesmo assim, obter uma boa rentabilidade já não funciona mais atualmente,
dado que vimos nessa década que mesmo grandes empresas podem falir ou ainda,
gerar grandes prejuízos devido a escândalos de corrupção, como foi o caso da
Petrobras (PETR4, PETR3).
Dessa forma, só deve investir em
ações os pais que possuem certa tolerância à volatilidade desses ativos. Além
disso, é necessário revisar, periodicamente, as ações que compõem a carteira, a
fim de minimizar os riscos.
Fundos de Investimentos e Fundos
de Previdência
Seguridade
Além disso, é possível ir reduzindo esse seguro conforme a criança for
crescendo
Concluindo...
Não adianta os pais quererem
proporcionar mais segurança ao futuro dos filhos a custo de stress e ansiedade
no presente, portanto, a escolha adequada é investir em ativos os quais você
entenda os riscos inerentes e esteja preparado a suportá-los.
Além disso, planejar a poupança
para os filhos é uma decisão importante não apenas pela maior segurança futura
que será proporcionada a eles, mas principalmente pela oportunidade de aprendizado
que essa criança terá, que é a importância de começar a gerir o seu próprio dinheiro
desde cedo.
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