Real como moeda digital: a criptomoeda brasileira
O
Banco Central (BACEN) tem nos surpreendido a cada dia com a sua
agenda tecnológica aplicada ao setor financeiro. Ainda em 2020,
entrou em operação o PIX, o sistema de pagamentos instantâneos,
que barateou os custos de transações e transferências de recursos;
vem prometendo grandes mudanças no Sistema Financeiro Nacional como
um todo com o Open Banking (se você não sabe o que é Open
Banking, veja esse post aqui),
e agora outra novidade é anunciada: O Real como moeda digital!
Essa
moeda digital brasileira será uma extensão da moeda física, por
isso, não terá remuneração. Inicialmente, ela permitirá
pagamentos on-line e, posteriormente, também será possível efetuar
pagamentos offline.
Além
de aumentar a eficiência do sistema de pagamentos brasileiro, a
extensão digital do Real possibilitará também baratear os custos
das transações internacionais.
Como
o Real digital será emitido pela Autoridade Monetária brasileira,
ou seja, pelo Banco Central, ele terá o risco soberano do país, que
é o risco do país “quebrar”. Como esse risco é muito baixo, já
que é mais fácil uma empresa falir que um país “quebrar” (já
que este emite dinheiro), pode-se considerar que o Real digital
carrega também um risco bastante baixo (menor que o de outras
criptomoedas, como o Bitcoin, por exemplo), pois possui a garantia do
BACEN.
A
CBDC (Central Bank Digital Currency), a moeda digital do Banco
Central, como é conhecida internacionalmente, vem sendo também
desenvolvida em países, como Estados Unidos, Suécia, Bahamas e
Coreia do Sul. No Brasil, o início de sua implementação está
previsto para ocorrer dentro de 2 ou 3 anos.
A
moeda digital brasileira fará parte do cotidiano das pessoas,
podendo ser empregada em contas bancárias, conta de pagamentos,
cartões de crédito etc. Na prática, o Real na modalidade digital
poderá ser usado para efetuar o pagamento em lojas, transferir
dinheiro para outras pessoas etc.
Através
de uma moeda digital brasileira, será possível o desenvolvimento de
novos modelos de negócios que aumentam a eficiência do sistema de
pagamentos através da utilização de novas tecnologias, tais como
os:
- Smart Contracts ou contratos inteligentes: que são contratos digitais autoexecutáveis que se utilizam da tecnologia Blockchain para garantir o seu cumprimento;
- IoT (Internet of Things) ou Internet das Coisas: trata-se de uma enorme rede de dispositivos conectados à internet que tornam as casas, empresas e até cidades inteiras mais inteligentes. Há exemplos que vão desde dispositivos wareables, como os smartwatches, até geladeiras inteligentes, que mandam um pedido de compras ao supermercado conforme acaba o estoque dos alimentos em seu interior, e cujo pagamento seria efetuado através do Real digital. A aplicabilidade da IoT se estende para diversas outras áreas, como: Saúde, Agricultura, Indústria etc.
- Dinheiro Programável: forma de planejar pagamentos futuros de produtos e serviços.
É
importante ressaltar que o Banco Central considera imprescindível a
observância e cumprimento da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados)
e do Sigilo bancário na emissão do Real digital.
Quanto
à segurança das operações envolvendo o Real digital, as mesmas
medidas já adotadas contra ataques cibernéticos em todo o sistema
financeiro nacional também serão aplicadas nas movimentações da
CBDC brasileira.
Diferente
do que ocorre com as criptomoedas, que permitem o pagamento e a
transferência de recursos diretamente entre duas pessoas, na
movimentação do Real digital haverá a intermediação do sistema
bancário para que esta ocorra. Isso permitirá rastrear as
operações, evitando, assim, que o Real como criptoativo seja
utilizado em transações ilícitas, como crimes de lavagem de
dinheiro, financiamento do terrorismo etc.
As
motivações que levaram os Bancos Centrais de diversos países a
desenvolverem as suas próprias moedas digitais (CBDC) são, além de
acompanhar os avanços da tecnologia no sistema financeiro, o de
promover um maior controle do Estado sobre as operações envolvendo
criptoativos, tendo em vista o surgimento de diversas criptomoedas
nos últimos anos (o Facebook, por exemplo, pretende lançar a sua
própria criptomoeda ainda em 2021) que, por não possuírem suas
operações rastreadas, facilitam a ocorrência de transações
ilícitas.
O
desenvolvimento do Real digital vem para mostrar que o futuro do
sistema financeiro nacional é se tornar cada vez mais digital. Além
de baratear transações, seja nacional, seja internacional,
promoverá a evolução de novos modelos de negócios que vêm para
facilitar a vida das pessoas.
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