Debêntures: a forma de diversificar os investimentos na renda fixa

    

         



            Atualmente, com a taxa Selic em sua mínima histórica, muitos investidores enfrentam um desafio maior na busca por ativos que ainda lhes garantam uma boa rentabilidade na renda fixa. Principalmente os investidores de perfil mais conservador, que não querem se aventurar na volatilidade da Renda Variável, têm tido dificuldades nessa empreitada.
            Esse momento mais desafiador na busca por uma melhor rentabilidade na renda fixa (que garanta um ganho acima da inflação) tem levado os investidores a buscar ativos que vão além da Poupança, CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), LCI(Letra de Crédito Imobiliário). E uma opção interessante para diversificar os investimentos (ainda pouco conhecida da maioria das pessoas) são as Debêntures.


 
            Mas afinal, o que são Debêntures?

            Debêntures são títulos de dívida de empresas com o intuito de captar recursos para financiar projetos e investimentos (capital fixo e também de giro). Em outras palavras, a pessoa que compra uma debênture de uma determinada empresa através de um banco ou corretora de valores, por exemplo, está “emprestando dinheiro” a essa empresa, tornando-se credor dela. Pode-se fazer uma analogia ao CDB, que também é um título de dívida, mas nesse caso, a pessoa “empresta dinheiro” ao banco.

 
            Principais Características das Debêntures

            As debêntures são investimentos de renda fixa de longo prazo, emitidas por empresas tanto de capital aberto quanto fechado.
            São consideradas de longo prazo justamente para fomentar os projetos das empresas, que também demandam um longo período de tempo.
            O investimento mínimo para aplicar o capital numa Debênture é de R$ 1.000,00.
          Por ser um investimento de crédito corporativo, não é assegurada pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito), já que o FGC assegura apenas títulos de crédito de emissão bancária (para saber mais sobre o FGC, acesse aqui).
            As Debêntures fazem parte do Mercado de Capitais, por isso, sua regulação é feita pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
 

                Tipos de Debêntures    

·         Debêntures Conversíveis em Ações;

·         Debêntures Não-Conversíveis em Ações;

·         Debêntures Permutáveis.

 
            Debêntures Conversíveis em Ações

Esse tipo de debênture pode ser trocada por ações da empresa emissora. Assim, ao final do contrato, em vez de receber o capital investido corrigido com os juros pactuados, o investidor pode receber esse montante na forma de ações da empresa que emitiu a debênture. Dessa forma, o investidor passa de credor para sócio da empresa.


            Debêntures Não-Conversíveis em Ações
           Como o próprio nome já diz, não podem ser convertidas em ações. São o tipo mais comum no mercado.

            Debêntures Permutáveis
       Funcionam de forma similar às Debêntures Conversíveis. Porém, nesse caso, as ações entregues como forma de pagamento não são da empresa que emitiu a Debênture, mas sim, de outras corporações.

                Tipos de Rentabilidade das Debêntures
           A remuneração proporcionada por uma Debênture depende da empresa emissora, e a rentabilidade pode ser:
                Prefixada. Exemplo: 9% a.a.
                Pós-fixada. Exemplo: 130%.CDI
                Híbrida. Exemplo: IPCA + 5%.
 
                Tributação das Debêntures
           A tributação das Debêntures segue a tabela regressiva de IR da Renda Fixa, mostrada abaixo:             

Tempo

Alíquota de IR

≤ 180 dias

22,5%

181-360 dias

20,0%

361-720 dias

17,5%

> 720 dias

15,0%

            Lembrando que, se houver resgate da Debênture num período inferior a 30 dias, há também a incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
 
            Porém, há uma classe de Debêntures muito atrativas por serem isentas de Imposto de renda, que são as Debêntures Incentivadas.
 
                Debêntures Incentivadas
            O critério para que uma Debênture seja incentivada é que ela seja emitida a fim de captar recursos para empresas cujos projetos tenham um impacto positivo em nível econômico ou social para o país. Por isso, são Debêntures que fomentarão projetos de infraestrutura, em geral, envolvendo os setores de Energia, Transporte, Saneamento Básico e Logística.
 
                Riscos envolvidos quando se investe em Debêntures

·       Risco de Crédito: é o risco da empresa não honrar com seus compromissos financeiros junto ao investidor, ou seja, de dar o calote;

·         Risco de Mercado: se, por ventura, o investidor decidir resgatar o seu capital investido na Debênture antes do prazo pactuado, ele estará sujeito ao Risco de Mercado, ou seja, se as condições de mercado estiverem desfavoráveis no momento da venda do título, o investidor pode vender sua debênture por um valor abaixo do que pagou.

·        Risco de Liquidez: ocorre quando o investidor, quando deseja vender a debênture antes do prazo pactuado, não consegue encontrar um comprador. Nesses casos, o investidor acaba vendendo a sua debênture num valor abaixo do que gostaria (lei da oferta e da procura: com poucos compradores, o preço do título cai).

 

As Debêntures podem ser negociadas em:

            Mercado Primário: é nesse mercado que as empresas captam os recursos, pois ao lançar uma oferta pública de uma Debênture, os investidores compram esses títulos diretamente da empresa emissora.

            Mercado Secundário: após o investidor comprar uma debênture via oferta pública, a empresa não tem obrigação de recomprar essaa debênture antes do prazo pactuado. Por isso, a única forma de um investidor negociar uma Debênture é através do Mercado Secundário, onde a negociação é feita de investidor para investidor.

 

Rating: forma de classificar o risco dos ativos, inclusive das Debêntures

            As Debêntures, em geral, possuem uma maior rentabilidade em relação aos títulos públicos e títulos de emissão bancária, por isso, são uma opção bastante atrativa para diversificação na renda fixa. Porém, possuem também um maior risco de crédito, dado que é mais fácil uma empresa falir que um Governo “quebrar” (já que Governo tem o poder de “imprimir dinheiro”). Além disso, as Debêntures têm um risco também maior se comparado aos títulos de dívida de emissão bancária (como um CDB, por exemplo), já que estes papeis são assegurados pelo FGC, e Debêntures não são.
                Portanto, ao se investir numa Debênture, é importante se atentar ao seu Rating.
 
                Rating: é uma nota de classificação de risco de um ativo em relação ao risco de crédito, ou seja, do agente emissor não honrar o seu compromisso financeiro (em outras palavras, é o risco do agente emissor dar o calote!). Quanto maior a nota (Triple A), menor o risco de crédito.
                Essas “notas” são definidas por agências de classificação de risco. Como exemplo, dentre as mais conhecidas, tem-se: Moodys, Standard & Poor’s, Fitch.

 

Fatores importantes ao escolher uma Debênture:

·    Rentabilidade (deve ser maior que o dos títulos públicos, já que possui maior risco de crédito);

·         Rating;

·         Garantia.

            Apesar de não serem asseguradas pelo FGC, algumas Debêntures possuem sim garantia, como garantias reais, por exemplo.
Suponha que uma empresa tenha dificuldades em honrar suas dívidas com seus debenturistas. Considerando que essa mesma empresa possua um imóvel, por exemplo, esse ativo pode ser colocado como garantia aos investidores para caso a empresa dê o calote.
 
                Em Resumo:
                Vantagens das Debêntures
                Dada a sua maior rentabilidade (mas também, maior risco) em comparação a outros ativos de renda fixa, as Debêntures se tornam um ativo interessante para diversificar os investimentos.
 
                Desvantagens das Debêntures
                Devido à baixa liquidez e por ser um título de longo prazo, não pode ser usada como opção para compor a Reserva de Emergência;
                Não é assegurada pelo FGC, logo, possui um risco maior de crédito do que títulos públicos e títulos de emissão bancária;
 

                Fonte: site ANBIMA 


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